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Além do controle: por onde anda a autenticidade das relações?



Refletindo sobre um trecho de um livro que estou lendo com uma amiga, escrito pela querida Bia Cardella, percebi que vivemos numa época em que a necessidade de controle e de performance tem tolhido cada vez mais as relações que poderiam ser leves e genuínas.


A preocupação com o que os vínculos devem ser, o ajuste a padrões e idealizações tem afastado a vivência do afeto de forma autêntica. Pensamos que podemos controlar tudo o que vivenciamos, inclusive nossas interações com uma outra pessoa, e assim perdemos a oportunidade de deixar as coisas fluírem.

Estar verdadeiramente em uma relação é (ou deveria ser) se permitir compartilhar vulnerabilidades.


É o contato físico e a conexão de corações. Como disse Bia Cardella, "amar e ser amado implica consentir em ser perturbado", é autorizar-se a ser desafiado, desconcertado, acalantado e surpreendido.


Muitas vezes, pensamos que as relações precisam ser vantajosas e conceder exclusivamente ganhos e benefícios, quase como num cabo de guerra, onde um lado precisa estar à frente. Acredito que na verdade, é uma dança entre duas pessoas que aprendem os ritmos e a harmonia um do outro em conjunto com a música da vida, que pode mudar a qualquer momento, se tornando mais lenta ou acelerada, mais caliente ou mais melancólica. Isso consequentemente trará aprendizado quanto ao compasso de um outro alguém, além da possibilidade de alternância dos lugares assumidos, sendo ora quem guia e dá direção aos movimentos, ora quem se permite ser conduzido.


Torço para um mundo em que haja mais pessoas dispostas a correr o risco de segurar a mão do outro, mesmo sem saber qual será o ritmo, mais pessoas que se deem a chance de dar os primeiros passos na sinfonia e nos encontros que a vida oferta.


(Trecho citado, retirado do livro: De volta para casa) 🌻


Marcela Aguiar Maechler

CRP: 06/155771

 
 
 

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