O brincar e a psicoterapia
- giovana
- 9 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de out.
Existem muitas dúvidas comuns a respeito da clínica psicológica com crianças: Como a criança vai falar sobre o que sente? O que uma criança faz na psicoterapia? Ela só vai lá para brincar?
Donald Wood Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, defende em seu livro “A Criança e o Seu Mundo” que a criança adquire experiência brincando e é assim que conhece e expressa o seu mundo. Tal como as personalidades dos adultos se desenvolvem através de suas experiências da vida, assim as das crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e por adultos.
Através da brincadeira, a criança pode elaborar suas experiências, adquirindo novas perspectivas, trocando os papéis e revivendo momentos importantes. Brincando, a criança comunica e expressa os seus sentimentos. A partir disso, o psicoterapeuta, ao observar e/ou brincar junto, entra em contato com o mundo da criança e pode se comunicar com ela, compreendendo melhor seu modo de ser, temperamento, medos e dificuldades.
Em “O brincar e a realidade”, Winnicott aponta: “o terapeuta busca se comunicar com a criança e sabe que ela, de modo geral, não domina a linguagem necessária para representar as infinitas sutilezas encontradas na brincadeira por aqueles que sabem procurar.”
Sendo assim, é essencial compreender a importância do brincar na vida infantil independente do processo terapêutico. O brincar significa saúde e é fundamental para o desenvolvimento e crescimento da criança. É na brincadeira que a criança poderá colocar em prática sua criatividade no sentido mais profundo do termo, criando novos cenários, possibilidades e vivências para si própria, de forma lúdica e simbólica. Também é através da brincadeira que o indivíduo pode se experimentar e descobrir como quer se colocar no mundo, adquirindo novos conhecimentos e perspectivas.
A psicoterapia infantil tem o mesmo objetivo da psicoterapia do adulto, porém utiliza uma forma mais simbólica de comunicação, que abre portas para diversas possibilidades e vivências dentro do setting terapêutico. Enquanto as crianças brincam, os adultos manifestam esses impulsos na escolha das palavras, no seu tom de voz e no senso de humor. Sendo assim, que possamos sempre dar espaço a muitas brincadeiras para que a clínica seja, de fato, terapêutica!




Excelente reflexão sobre a importância do brincar no desenvolvimento infantil e na prática psicoterapêutica. A abordagem evidencia como a brincadeira é uma linguagem legítima da criança, permitindo ao psicoterapeuta compreender seu mundo interno e favorecer o amadurecimento emocional.
Parabéns à autora pela clareza e pela contribuição ao entendimento geral sobre a psicoterapia infantil.
Texto muito necessário para que os responsáveis compreendam que a psicoterapia na infância ajudará esse indivíduo a ser um adulto que se desenvolverá com mais segurança emocional, autoconhecimento e capacidade de lidar com suas próprias vivências de forma mais saudável.
Giovana, parabéns pelo texto inspirador e pela delicadeza ao abordar um tema tão essencial para o desenvolvimento das crianças!